Graças à nanotecnologia, os pesquisadores conseguiram
ampliar o conceito de terapia-alvo. Agora, as moléculas de radiofármaco
“grudam” nos receptores do tumor despejando doses contínuas de radioatividade
com precisão, destruindo as células tumorais, mas preservando as sadias.
Além disso, os pesquisadores conseguiram fazer com que
partícula radioativa identifique o alvo. É o caso do Rádio-223, radioisótopo
utilizado na Santa Casa de Maceió, também conhecido pelo nome comercial Xofigo.
Por sua posição na Tabela Periódica e características que
assemelham-se às do cálcio, as moléculas do Rádio-223 “reconhecem” e atuam em
tumores metastáticos ósseos provocados por câncer de próstata em estágio
avançado.
“Os tratamentos anteriores traziam efeitos colaterais indesejáveis.
Com este novo radiofármaco, utilizado em poucos centros especializados no
Brasil, podemos melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes”, comentou o
médico nuclear André Gustavo Pino, que atua na Medicina Nuclear da Santa Casa
de Maceio.
Atualmente, o câncer de próstata é quinto câncer que mais
mata homens no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), no Brasil, ele ocupa o primeiro lugar no ranking de tipos mais frequentes
da doença.
Segundo o Dr. Fernando Maluf, Chefe da Oncologia Clínica do
Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes-Beneficência Portuguesa, o
surgimento de Xofigo® pode ser considerado de muito significado clínico e
científico porque o medicamento pode ser utilizado no tratamento de câncer de
próstata metastático. “É um tratamento muito interessante porque é o primeiro
que utiliza um radioisótopo, partícula que apresenta um núcleo atômico instável
que emite energia quando se transforma num isótopo mais estável e impede o
crescimento tumoral, que aumentou a sobrevida dos pacientes. Nenhum outro
tratamento conseguiu estes resultados”, explica o Dr. Fernando Maluf.
O Xofigo® apresenta um perfil de segurança favorável e tem
potencial para melhorar os resultados entre os pacientes de forma completamente
inovadora. Seu princípio ativo, o radium 223, emite partículas alfa que atuam
sobre as células cancerígenas em metástases ósseas.
Aproximadamente 90% dos pacientes com câncer de próstata
metastático apresentam indícios de metástases ósseas que podem levar a um
aumento na frequência de eventos esqueléticos e já demonstraram ser a principal
causa de morbidez e morte entre pacientes com CPRC.
“O Xofigo® melhora os sintomas da doença e aumenta a
qualidade de vida dos pacientes”, completa o Dr. Fernando Maluf.
Com informações da Bayer HealthCare Pharmaceuticals e Anvisa
-JÚLIA VIRGÍNIA
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